Luiz Marenco Luiz Marenco

Juntando Os Gravetos

Eu tenho muito desta mania de escrever
E querer fazer de tudo um pouco
E sempre dedilho a palavra de alma lavada
Mimando esse tempo louco

Se a trova anda em desova
É porque o violão dilacera quem lê
E a porta logo escancara
Com os olhos em brasa, pagando pra ver

Na distância de quem me espera a léguas
Ando tocando o cavalo
Um Baio bem encilhado e, às vezes, topo com o gado
Lambendo o sal no rodeio

Na distância de quem me espera a léguas
Ando tocando o cavalo
Um Baio bem encilhado e, às vezes, topo com o gado
Lambendo o sal no rodeio

Ando à procura de alguém que me dê um aparte
Também é verdade
E, ainda, tiro o chapéu, olhando firme pro céu
Queimando a carne

E, desde cedo, me vejo em conflito comigo
Levando cada baita pealo,
Coisas de pampa e fronteiro
Campo e campeiro tomando mate

Tristeza, vou, por uma beca
Sair campo afora, prosear com a querência
Juntando gravetos, saber como anda as ovelhas
E algumas porqueiras que eu gosto de ter

Tristeza, vou, por uma beca
Sair campo afora, prosear com a querência
Juntando os graveto', saber como anda as ovelha'
E algumas porqueiras que eu gosto de ter

Lá em casa, na hora da janta
A cuscada late, bate cola
O cheiro da boia é bom
Saudade, me passa o pão e o leite dos guacho'

No pátio, a solidão varreu cisco
O coração sabe disso, esparrama nos galho'
Logo, o violão mete bronca
E, antes que a vida responda, que mal tem um abraço?

Na distância de quem me espera a léguas
Ando tocando o cavalo
Um Baio bem encilhado, às vezes, topo com o gado
Lambendo o sal no rodeio

Tristeza, vou, por uma beca
Sair campo afora, prosear com a querência
Juntando os graveto', saber como anda as ovelha'
E algumas porqueiras que eu gosto de ter