Luiz Marenco Luiz Marenco - Comparsão de Janeiro

Olha a verdura, cancheiro
Que os velo vêm se estendendo
Qual nuvens pelo setembros
Que o vento manso tropeia

Venho minguando o rebanho
A tec-tec de tesoura
E tu garreando a vassoura
Num comparsão de janeiro

Uma botella rolhada
Sacudo num trago largo
Ritual campeiro do pago
Pra evita a tremedeira

E largo de foia inteira
Bolcando a lã pra um costado
Cancheiro me alcança outra
Que tô desmaneando esta
Pois até o silêncio se inquieta
Ao não escutar minha tesoura

Escuto o golpe da ficha
Pagando o toso na lata
E arremangando as bombacha
Me curvo, tocando ficha

Assim, a safra se espicha
Por este pago fronteiro
A tec-tec de tesoura
Num comparsão de janeiro

Uma botella rolhada
Sacudo num trago largo
Ritual campeiro do pago
Pra evitar a tremedeira

E largo de foia inteira
Bolcando a lã pra um costado
Cancheiro me alcança outra
Que tô desmaneando esta
Pois até o silêncio se inquieta
Ao não escutar minha tesoura