Luiz Marenco Luiz Marenco - Correndo as Varas do Peito

Amanheço galponeando
Garroteando alguma pena
Porque sei que nesta pampa
Ainda tem muito pavena
Enquanto a cambona aquenta
Passo um fio na minha chilena

É balda antiga que eu tenho e que agarrei já taludo
De medir força de mano com velhaco e cogotudo
Pois é diversão mais linda que Deus fez pra um crinudo
Pois é diversão mais linda que Deus fez pra um crinudo

Se sai cuspindo nos pulso', fazendo aquele alvoroto
Atiro o caixão pra trás, grudo-lhe o mango no potro
E como quem bate roupa, dou d'um lado e, depois, n'outro
E como quem bate roupa, dou d'um lado e, depois, n'outro

Me agrada a lida de campo
Capação, banho e refugo
Lidar com eguada xucra
Das que não conhecem jugo
Tapar de rodilha o maula
Fazer dar volta o sabugo

Ou num plano de varzedo por gauchada de moço
Sair de enfiada num osco abrindo o peito em retoço
Cruzar o rastro e botar o laço no fervido do pescoço
Cruzar o rastro e botar o laço no fervido do pescoço

Noite escura não me assusta, em qualquer furna, eu me meto
Não tenho medo de assombro, nem que seja um esqueleto
Já peleei c'o diabo véio' montado num Chibo Preto
Já peleei c'o diabo véio' montado num Chibo Preto

Um baile em costa de mato
La pucha! Como faz bem
Se o santo padre soubesse
O gosto que isso tem
Abandonava a igreja
Vinha pra farra também

Sou parte deste universo, grama destas pradarias
Quando o cambicho empandilha desejos e nostalgias
Boto as garras no meu mouro e procuro as alegria'
Boto as garras no meu mouro e procuro as alegria'
Boto as garras no meu mouro e procuro as alegrias