Lá vem Natalício Perdomo
No seu mouro destapado
E um ovelheiro do lado
Costeando a franja do pala
Será que andou de cismado
Numa bailanta argentina
Com alguma correntina
De pêlo amorenado
Ou uma milonga campeira
Mesclada com uma carreira
Lhe pialou pelo sombreado
De um capão de pitangueira
Só sei que suas razões
De andejar nos domingos
São as mesmas destes índios
Que habitam os galpões
Que fazem as solidões
Se multiplicarem nos cascos
De um mouro negro ou picaço
Pra os olhos de alguma china
Não é só a geografia
Deste meu povo de campo
Mas também fisionomia
De quem tem seu próprio canto
E alimenta suas raízes
Com jujos da própria alma
Filosofia de calma
Paciências de acalanto
Este meu povo de campo
De geratrizes antigas
Mistura de pulperia
Ternura mansa de rancho
Tem memoriais escondidos
Nas dobraduras do arreio
De andar nos pastoreios
Esparramando cultura