Luiz Marenco Luiz Marenco - Flor de Tapera

Ao trote, pego o rumo desta estrada
No findar da madrugada, quero apear na tua cancela
Pois brilha teu olhar de Lua mansa
Num compasso que balança, refletido na barbela

O cheiro do orvalho que apeia
Numa flor de pitangueira, quando cruzo na tapera
É o mesmo que se encontra perfumado
Na querência do' teus lábios, me esperando na janela

Florzita de campo, flor de tapera
Teu doce de encanto, de tiro no campo pra um sonho de espera
Florzita de rancho, bordando a janela
Semblante moreno, olhar com sereno desta primavera

O vento molda a pampa de canhadas
Pra estender longe a mirada sobre o vasto das flechilhas
E o casco, encurtando meu caminho
Pra cruzar com teu carinho no afrouxar da presilha

Teus olhos, com lampejos na mirada
Quando apeio na ramada, me acenando da janela
E os lábios, murmurando querendona
Pitangueados pelo aroma, que roubou de uma tapera

Florzita de campo, flor de tapera
Teu doce de encanto, de tiro no campo pra um sonho de espera
Florzita de rancho, bordando a janela
Semblante moreno, olhar com sereno desta primavera