Luiz Marenco Luiz Marenco - Toda Saudade É Um Silêncio

Toda saudade é um silêncio
Que vem do campo com calma
Na transparência comum
De quem escuta sua alma

E aquilo que vem do centro
Das emoções construídas
Que fazem parte de tudo
Por isso, precisam vida

Todo silêncio é uma ausência
Quando faz falta um assobio
Que vaga no céu inteiro
E não preenche o vazio

É a simples falta de um grilo
Quando o galpão silencia
Quando o mate bebe a água
De um claro resto de dia

Toda saudade é bem vinda
Quando se chega em visita
É um, dois mates, se vai
Pra mais, é dor e desdita

Mas, quando pede pousada
E desencilha seu pingo
É pra tirar mais de mês
Sem afrouxar um domingo

Todo silêncio é uma prece
Pedindo, de mãos bem juntas
Que toda saudade explique
Ou não me faças perguntas

Que ainda não há respostas
Pra algumas coisas da gente
Seja da alma ou do corpo
Mas vive em nós simplesmente

Toda saudade é um silêncio
Quando se cala por nada
E se vê que tantos sonhos
Pegaram o rumo da estrada

Por isso que ando cantando
Algumas coisas perdidas
Que encontrei no caminho
Por onde cruzei com a vida

Toda saudade é bem vinda
Quando se chega em visita
É um, dois mates, se vai
Pra mais, é dor e desdita

Mas, quando pede pousada
E desencilha seu pingo
É pra tirar mais de mês
Sem afrouxar um domingo
É pra tirar mais de mês
Sem afrouxar um domingo