Luiz Marenco Luiz Marenco - Volta de Tropa

Tropa entregue trote largo, retorno hoje a querência
Vou ruminando ausência que pastejei nos caminhos
E essa ânsia de carinhos numa carência baguala
Que aos tropeiros embuçala quando andejam sozinhos

Meu flete trocando orelhas, sonorizando esporas
Como uma dança das horas de cascos ferindo pastos
E este rangido de bastos se completa em melodias
Na gaita das sesmarias, por onde deixo os meus rastros

Que lindo ver a querência, cada serro, cada aguada
Pra quem cruzou madrugadas nas rondas sonhando vê-las
Vem uma lágrima sinuela ponteando a felicidade
De quem viveu na saudade entre a pampa e as estrelas

No oitão do rancho a china, sangrando noites de espera
Num riso de primavera reflorescendo faceira
É uma flor de corticeira da minha pampa bravia
Que ficou contando os dias, mirando a luz da boieira